segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Novos hábitos ajudam a combater a obesidade infantil


Considerada uma doença crônica, a obesidade já não é mais um problema exclusivo dos adultos. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) estimam que aproximadamente 10% dos indivíduos entre 5 e 17 anos de idade apresentam excesso de gordura corporal, sendo que de 2% a 3% são obesos. No Brasil, pesquisas afirmam que a prevalência da obesidade na infância acompanha a tendência mundial e as regiões onde há maior concentração de casos são nas áreas urbanas da região sul e sudeste do país.

Preocupados com o aumento no número de crianças que procuram atendimento por indicação de pediatras, alunos e professores da Clínica de Nutrição da Universidade Norte do Paraná (Unopar) iniciarão a partir de agosto um projeto exclusivo para atendimento às famílias com crianças que sofrem de sobrepeso e obesidade. A coordenadora responsável pelo estágio de nutrição clínica da Unopar, Fabiana Jarussi, explicou que o Grupo de Reeducação Alimentar Infantil pretente ajudar pais a orientarem seus filhos quanto a uma alimentação mais adequada.

''Vamos realizar uma avaliação individual, propor novas opções de atividades para que, além da alimentação, a criança passe a construir um hábito de vida que levará com ela até a fase adulta. Também vamos estimular a prática de atividade física e proporcionar momentos lúdicos'', diz.

A obesidade é uma doença crônica e seu desenvolvimento ocorre, na grande maioria dos casos, pela associação de fatores genéticos, ambientais e comportamentais. Fabiana ressalta que o tratamento da obesidade infantil deve envolver, além da criança, a escola e os pais. ''Geralmente quando uma criança obesa chega até nós apresenta também quadros de outras complicações, como colesterol alto, hipertensão, etc. Os pais têm um papel importante no processo de educação nutricional, podendo influenciar na formação de hábitos saudáveis''.

Uma tabela da OMS projeta aos profissionais da saúde a classificação em que a criança se enquadra quando o assunto é o peso adequado. A coordenadora explica que nessa tabela, é verificado o Índice de Massa Corporal (IMC) de acordo com a idade da criança. ''O IMC leva em consideração o peso total do indivíduo. No caso das crianças, verificamos o IMC e também analisamos essa tabela que nos mostra curvas de crescimento. Os índices dessas curvas nos revelam se a criança está com peso normal, sobrepeso ou obesa''.

Leonardo Arthur Urbano Costa, 5 anos, já se enquadra na faixa de obesidade. Há um ano e meio ele tem sido orientado pelos profissionais da clínica. Depois do acompanhamento, o menino passou a comer mais frutas, legumes, deixou de lado as guloseimas e mais: adotou a prática do futebol de salão em sua rotina semanal. ''Ele adora jogar bola e sentimos que a dieta só tem dado certo porque conversamos muito e ele entende que é importante deixar de comer algumas coisas'', comenta a mãe de Leonardo, Carolina Urbano Mainardes da Silva.

Segundo Carolina, o menino sempre gostou de cachorro quente, batata frita e refrigerante, como toda criança. Mas o que começou a chamar a atenção dela foi a adoração do menino por massas. Ela explica que apesar dele ainda não ter perdido peso, também não tem ganhado mais. ''Temos pessoas acima do peso na família. Não quero esperar ele chegar na adolescência para adotar hábitos saudáveis que serão importantes pra ele no futuro. Por isso, a família toda passou a se alimentar melhor para que ele se sinta estimulado e assim conforme for crescendo vai ter seu peso distribuído e vivendo uma vida alimentar mais saudável'', comenta.

Para Leonardo, que nunca foi chegado em leite e que detestava tomate, a rotina hoje é outra: pratos coloridos na hora do almoço, com intervalos feitos com lanches leves e sucos de fruta. ''Eu gosto de comer os legumes que minha mãe faz. As 'besteiras' eu só como muito de vez em quando'', diz sorrindo.

Serviço: Inscrições para o Grupo de Reeducação Alimentar Infantil da Unopar podem ser feitas pelo telefone (43) 3371-7775.

matéria extraida do bondenews.

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