segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Empresa transforma frutos e sementes em insumos para cosméticos








Na fábrica da Beraca, em Belém (PA), frutos e sementes colhidos por comunidades locais se transformam em insumos para produtos de beleza
Por Flávia Pinho
Da mata para o laboratório sem agredir o meio ambiente. É assim que a Beraca, empresa nacional, fundada em 1956, transforma semente de maracujá, castanha de andiroba, frutos de açaí, murumuru e guaraná em ativos para a indústria de cosméticos de mais de 40 países.

Desde 2000 a divisão Health & Personal Care se especializou na produção de óleos, extratos, resinas, argilas e manteigas à base de frutos e sementes naturais. Cerca de 90% vêm da Amazônia - o restante, da Caatinga, do Cerrado, dos Pampas e da Mata Atlântica. O objetivo é garantir processos sustentáveis do começo ao fim. "Oferecer produtos seguros é uma exigência fundamental no mercado", afirma o diretor de negócios, Filipe Sabará. A empresa faz parcerias com comunidades que aprendem a extrair matéria-prima de forma sustentável. "Nós temos a ganhar, pois os moradores conhecem a região como ninguém. E as comunidades estão descobrindo formas de crescer sem degradar o ambiente." Uma vez por ano, esses grupos são convidados a visitar a fábrica em Ananindeua, na região metropolitana de Belém, no Pará, para trocar experiências e ver o resultado do trabalho. "É um mecanismo complexo. São duas mil pessoas com as quais mantemos diálogo permanente."

Segundo Sabará, o momento não poderia ser melhor para os produtos de beleza com ativos made in Brazil - do faturamento anual do grupo, de R$ 100 milhões, a divisão Health & Personal Care já responde por 20%. "O rótulo de exótico agrega cada vez mais valor no mercado externo", avalia. Dos mais de mil clientes, cerca de 60% estão fora do país. Para atendê-los, já existe um escritório em Paris e, ainda este ano, outro será inaugurado em Nova York.




1>>> ANDIROBA - Castanha de árvore das margens do rio Amazonas, de ação anti-inflamatória. A coleta dos frutos beneficia mais de 200 famílias da Ilha de Marajó. Seu óleo é usado em cosméticos para renovação cutânea e em repelentes como o Citronium, da Weleda
2>>> MARACUJÁ - Fonte de ômega 6, as sementes da fruta dão origem a um óleo usado como matéria-prima de produtos para a pele e os cabelos. Em hidratantes como os da linha Ekos, da Natura, visa a controlar a oleosidade excessiva e proporcionar efeito aveludado
3>>> GUARANÁ - Os pequenos frutos, colhidos em toda a Amazônia, são transformados em partículas de baixa abrasividade que removem impurezas. É utilizado em produtos de higiene pessoal, como o creme dental Sorriso Fresh Plus Menta + Guaraná
4>>> MURUMURU - A coleta deste fruto de uma palmeira nativa beneficia 400 famílias da Zona Bragantina, no Pará. Produz uma manteiga de ação emoliente e nutritiva. Em sabonetes como o Lascas de Murumuru, da Natura, visa a aumentar a cremosidade da espuma
5>>> AÇAÍ - As palmeiras de Igarapé-Miri são preservadas para coleta das frutas, fonte de ômega 6 e 9 e de vitamina C. Com ação antienvelhecimento, é matéria-prima de hidratantes como o complexo antioxidante de Açaí Biolage Delicate Care, da L'Oréal
6>>> ARGILA BRANCA - Proveniente da Ilha de Marajó, onde é usada pelos índios - 26 famílias fazem a retirada do produto, regulada por órgãos ambientais. Em cremes como os da linha Rare Earth Pore Minimizing, da Kiehl's, promete limpeza profunda dos poros
7>>> POLPA DE BURITI - Palmeira do Cerrado que frutifica após a safra do açaí e gera renda contínua para os extrativistas. Tem óleo rico em carotenoides, com ação antienvelhecimento. Usado em protetores solares, como o Fluido Solar Facial Alta Proteção Buriti, da L'Occitane
Fonte: PEGN

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