quarta-feira, 2 de novembro de 2011

'EcoFusca' vira realidade nas ruas de Londrina






Bruno Masaharu Shimada, Danilo Yamazaki, Diego Francisco de Carvalho Rodrigues, Fernando Luiz Buzutti e Marcelo Shinji Otsuka. Estes cinco estudantes de engenharina da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), com o apoio dos engenheiros eletricistas e empresários Jilo Yamazaki e Vicente de Lima Gôngora, superaram o desafio e conseguiram construir um carro elétrico. O veículo usado foi um Fusca, ano 82, que recebeu o nome de "Thomas", em homenagem ao inventor norte-americano Thomas Edison, que desenvolveu muitos dispositivos de grande interesse industrial.

A idelização do "EcoFusca" começou na décade 80, quando Jilo Yamazaki, ainda estudante de engenharia elétrica da Universidade Estadual de São Paulo, construiu durante o trabalho de conclusão de curso um carro totalmente elétrico. Anos depois, um novo objetivo: fazer a mesma transformação, mas a partir de um veículo usado. Jilo, com o amigo e também engenheiro Vicente de Lima Gongora, convidou os estudantes da UTFPR e o projeto "Thomas" começou a tomar forma.

O "EcoFusca" é apresentado assim: "O motor a ar de 1600cc foi deixado de lado, dando lugar a um motor de corrente alternada trifásico assíncrono de 15cv nominal e, ao invés de um tanque de gasolina, 25 baterias de chumbo-ácido entregam energia suficiente para se rodar 60 km. As baterias são recarregadas em uma tomada comum, com o tempo máximo de 10 horas, tendo um custo médio de R$ 0,07 por km. O motor é controlado por um inversor de frequência especialmente configurado para tal uso".





Um dos universitários, Diego Francisco de Carvalho Rodrigues, aluno do 5º ano de engenharia elétrica, explica como foi o processo de transformação do Fusca. O projeto começou em março deste ano e sete meses depois foi concluído e apresentado oficialmente na 'Expout 2011', do Campus Cornélio Procópio, da UTFPR. Danilo conta que eles estudam em Cornélio Procópio, mas a construção do carro foi feita em Londrina, durante os finais de semanas, feriados e no período de férias no meio desse ano.

"Nós moramos em uma república em Cornélio. Nos finais de semanas, nos reuníamos em Londrina. Funcionava assim, em Londrina a gente fazia a transformação do carro, e durante a semana, discutíamos o projeto, o que tinha dado errado durante a montagem e como podíamos resolver os problemas apresentados. O ponto inicial foi a compra do Fusca. Depois, toda a adequação. E por fim, a transformação".





O estudante de engenharia elétrica detalha que o banco traseiro dos passageiros foi retirado, ficaram só o do motorista e do passageiro. Depois, na parte traseira, foi colocada a plataforma com 25 baterias que movem o carro. Além disso, há uma bateria isolada na parte da frente responsável pela parte elétrica do veículo. Com a transformação, o Fusca um pouco mais pesado, por conta disso e por questões de segurança, a velocidade foi limitada mecanicamente. Somada à compra veículo, a transformação completa custou cerca de R$ 25 mil.

Uso do carro na cidade

Superada a barreira de construir o carro elétrico, Diego conta como é o uso na cidade. Por conta da economia, ele ressalta que é um carro para usar em atividades de rotina, como ir para o trabalho. Outra importância apresentada por ele é a direção.

"É diferente de qualquer outro carro, tem um arranque legal, chega a 60 km/h rápido e tranquilo, a direção é suave e quase não há barulho. Você escuta o vento batendo. Conseguimos o principal objetivo, pois sete meses depois o carro está rodando perfeitamente e de forma confiável, econômica e principalmente limpa."

Como dito anteriormente, a velocidade foi limitada também pensado uso na cidade, como esclarece Diego. "Pensamos que 60 km/h era a velocidade adequada para a cidade. Além da limpeza do veículo, também enfocamos no projeto a mobilidade".





Problemas

No entando, nem tudo é só positivo no "EcoFusca". O universitário conta que o projeto está constantemente sendo inovado. O principal problema está nas baterias que são as principais limitantes nas questões de autonomia e tempo de recarga.

"Nosso objetivo agora é sempre melhorar, principalmente na segurança e na qualidade. Pensamos em usar um outro tipo de bateria, de lítio por exemplo, porém é mais cara. Esse tipo de coisa é que precisamos adequar, pensar em novas soluções para aperfeiçoar sem encarecer o projeto".





Novos desafios

Em nome dos empresários Jilo e Vicente, dos estudantes de engenharia industrial mecânica Fernado e Marcelo; do estudante de engenharia industrial mecânica e tecnologia em automação industrial, Bruno; e do companheiro de engenharia elétrica Danilo; Diego projeta os novos desafios. Ele revela que o projeto teve boa repercussão, academicamente, dentro da UTFPR, e já receberam alguns contatos de interessados em desenvolver o projeto. Os acadêmicos buscam a melhor forma de tocar o projeto.

"A fase de construir o carro elétrico nós já superamos, agora é pensar em novos desafios. Já recebemos alguns contatos e estamos estudando a melhor maneira de avançar no projeto. Queremos tornar o carro elétrico popular", visualiza.

Danilo conclui colocando-se à disposição para receber investimento e reforça que interessados no projeto podem entrar em contato pelo e-mail do grupo (ecofusca@hotmail.com).

Fonte: Bondenews