terça-feira, 3 de setembro de 2013

Fim do chororô: cientistas criam cebola que não provoca lágrimas


A planta foi obtida por meio do silenciamento do gene que codifica a enzima que leva ao choro


 Shutterstock
Ao cortar a cebola, enzimas transformam aminoácidos em vapor que, em contato com os olhos, provocam lágrimas

A choradeira na cozinha está com os seus dias contados. Tudo porque cientistas neo-zelandeses, com a ajuda de japoneses, anunciaram a descoberta de uma cebola geneticamente modificada (GM) incapaz de produzir lágrimas nos seres humanos. A novidade ainda pode demorar um pouco para chegar ao mercado, mas o anúncio foi bastante comemorado pela equipe do cientista neo-zelandês Colin Eady, coordenador do projeto encabeçado pela empresa Crop&Food. 

Conforme Eady disse à revista científica Growers of Biotechnology, as lágrimas provocadas por cebolas são uma espécie de mecanismo de defesa da planta. Ele explica que, quando uma cebola convencional é cortada ou ralada, aminoácidos sulfóxidos e enzimas são liberadas no ar. "A enzima transforma os aminoácidos sulfóxidos em vapor e este, em contato com os olhos dos seres humanos, provocam irritação e lágrimas", disse Eady, que "desligou" essa enzima na cebola GM. 

A pesquisa acerca desta cebola começou com uma descoberta ocorrida no Japão. Cientistas daquele país foram os primeiros a identificar os genes da planta responsáveis pela produção das lágrimas nos humanos. Já na Nova Zelânda, os cientistas concluíram o trabalho de desligamento da enzima a estes genes. 

Eady diz que, diferentemente de outros produtos geneticamente modificados, na cebola a enzima não é neutralizada pela adição de um gene ao genoma da planta. "Nesse caso, o gene foi silenciado pelo processo de RNA interferência e assim, os sulfóxidos não são convertidos em vapor", diz. "Ao desligar o gene do fator lacrimogêneo, impedimos a formação de enxofre, tornando-o assim disponível para ser transformado em outros compostos relacionados a saber ou propriedades nutritivas".    Fonte : Globo Rural.

EUA propõem parceria com Brasil para atender à demanda de etanol


Trabalho conjunto com o Brasil pretende criar condições para produção do biocombustível com preços baixos

por Agência EFE
Agência Brasil
Os Estados Unidos pretendem trabalhar conjuntamente com o Brasil para atender à demanda mundial do mercado de etanol, liderado pelos dois países em termos de produção e exportações, afirmou nesta segunda-feira (15/8) em São Paulo o subsecretário de Energia americano, Daniel Poneman

"Temos de trabalhar juntos para criar condições para atender à demanda global", assinalou Poneman. Segundo ele, o trabalho em conjunto busca fazer com que "as gerações futuras de consumidores possam ter acesso aobiocombustível com preços baixos" e ambos os países possam "concorrer no mercado com as fontes de energia fósseis", além de intervir na redução de emissões de gás carbônico

Poneman, no entanto, evitou entrar em detalhes sobre a discussão bilateral relacionada aos subsídios aplicados pelos Estados Unidos a sua produção interna e às barreiras impostas à importação do álcool brasileiro. Ele comentou que esse era um assunto para ser tratado "no Congresso americano". 

A aproximação bilateral no tema dos biocombustíveis será abordada na quarta-feira (17/8) por Poneman durante um encontro que terá em Brasília com as autoridades brasileiras e os representantes do setor privado de energia

O Brasil, com matriz de cana-de-açúcar, e os Estados Unidos, que utilizam o milho como matéria-prima, são os maiores produtores de etanol do mundo. 

De acordo com Poneman, o mercado de biocombustíveis pode "ter uma grande oportunidade", em termos de promoção do anidrido, com a realização no Brasil da Copa do Mundo de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro. 

O desafio do Brasil, ressaltou Poneman, é o mesmo de outros países grandes, que é o da integração de "forma inteligente" de energias limpas, como a solar e a eólica, com os sistemas de energia tradicionais, devido a que as fontes como o sol e os ventos "são variáveis".

segunda-feira, 2 de setembro de 2013


Cientista descobre novo polímero que permite escrita com uso da luz

Com um laser semelhante a uma caneta, químicos na Finlândia conseguiram desenhar letras em uma dispersão de um novo polímero. A luz modifica o polímero entre seus isômeros trans e cis, mudando sua solubilidade e criando caracteres claros em uma mistura turva.

Vladimir Aseyev, da Universidade de Helsinki, e seus colegas descobriram essa recente aplicação enquanto investigavam as propriedades básicas de uma classe pouco explorada de polímeros baseada em poli(azocalix[4]areno). Os grupos de azobenzeno das estruturas destes polímeros permitem que as macromoléculas mudem seu estado de isomerização de trans para cis quando excitadas pela luz.

"É uma nova química"

Aseyev e sua equipe sintetizaram uma variação do polímero com cadeias de tetraetileno éter monometil glicol e descobriram que os dois isômeros deste novo polímero possuíam diferentes propriedades de solubilidade à mesma temperatura: a 20°C, a forma trans é difícil de dissolver em etanol, mas o isômero cis dissolve com facilidade.

Quando Aseyev usou um laser de 365-nm para traçar a forma das letras por uma dispersão turva de isômeros trans, o polímero isomerizou para a versão cis apenas onde a luz brilhou, produzindo letras.

Os pesquisadores podem apagar a escrita aquecendo a mistura, chacoalhando para dispersar o isômero cis ou esperando quatro horas para que o polímero naturalmente volte à sua forma trans. Essa habilidade de escrever com a luz é bem conhecida em polímeros sólidos, mas não em dispersões, conta Aseyev. "É uma nova química". Ele espera agora conseguir decifrar porque a forma cis é mais solúvel do que a trans e investigar possíveis aplicações do material, como dispositivos de memória que armazenam informações utilizando a luz.

Barco movido a energia solar, Turanor Planetsolar será usado em pesquisas climáticas


No ano passado, depois de se tornar o primeiro barco a energia solar a dar a volta no globo, o Turanor Planetsolar poderia ter pegado seus 510 metros quadrados de células fotovoltaicas e oito toneladas de baterias de íon-lítio e navegado em direção ao pôr do sol.

Mas o Turanor está se transformando em uma embarcação científica, pelo menos durante este verão do hemisfério norte. O barco, um catamarã de 100 pés e custo de US$17 milhões, projetado por um aventureiro suíço e bancado por um empresário alemão, cruzará a Corrente do Golfo estudando o papel dos aerossóis atmosféricos e do fitoplâncton na regulação do clima, sob o comando de Martin Beniston, um climatologista da Universidade de Genebra.

O cruzeiro de pesquisa, com cinco tripulantes e até quatro pesquisadores a bordo, começou em Miami e seu itinerário passa pela Terra Nova e Islândia, para monitorar a corrente do nordeste, com o final da viagem em Bergen, na Noruega.

Sendo totalmente alimentada pelo sol – as células solares de alta potência carregam as baterias que acionam motores elétricos conectados às duas hélices –, a embarcação não produz emissões de dióxido de carbono ou outros gases que possam contaminar o ar. E o barco não tem problemas em ir devagar, se necessário, enquanto coleta amostras da água – a velocidade média é de 5 nós.

“Ele não é uma embarcação de pesquisa”, declarou Bastiaan Ibelings, ecologista microbiano da Universidade de Genebra e que está trabalhando no projeto. O catamarã precisou ser montado com equipamentos de pesquisa, incluindo uma “caixa de balsa”, criada originalmente para balsas no Mar Báltico, que registra constantemente a temperatura, salinidade e outras características da água. Ele também tem uma “caixa biológica” desenvolvida pelo departamento de física aplicada da universidade, que usa um laser para analisar o número e os tipos de aerossóis em amostras de ar.

A questão dos aerossóis gerados pelo oceano – partículas sólidas ou líquidas suspensas na atmosfera que podem ter um impacto na formação de nuvens, no reflexo da luz solar e em outros processos – é algo relativamente novo na ciência do clima, afirmou Beniston.

“Acreditamos que o oceano deva ser um colaborador bastante grande” de aerossóis através da ação das ondas e do vento, disse ele, mas não se sabe sua abundância e como diferentes tipos são distribuídos. “Seu papel exato ainda está aberto a discussões”, acrescentou.

A Corrente do Golfo é uma das correntes oceânicas mais estudadas do mundo, mas o plano de Beniston é examinar algumas de suas estruturas em menor escala. Estas incluem os redemoinhos, ramificações giratórias da corrente (que, mesmo sendo menores do que a Corrente do Golfo, ainda podem ter mais de 300 quilômetros de diâmetro).

Os redemoinhos costumam ter maior afloramento de águas mais frias e profundas do que a própria Corrente do Golfo. Assim, um objetivo é examinar se diferentes condições da água produzem tipos diferentes de aerossóis. Com sua pesquisa de plânctons, Ibelings quer descobrir se a condição da água em redemoinhos resulta em menos ou mais diversidade biológica do que em outros locais.

As modificações no catamarã – que também incluíram novas hélices e o remodelamento dos aposentos para oferecer espaço de trabalho aos pesquisadores – foram realizadas em um estaleiro francês depois que o barco terminou sua circunavegação de 19 meses e 60 mil quilômetros, em maio de 2012.

Excetuando os problemas de custo e velocidade, ainda assim o Turanor Planetsolar apresenta alguns desafios únicos. Além do vento, ondas e corrente, é preciso analisar a quantidade de luz solar atingindo as células fotovoltaicas, para manter as baterias mais carregadas possível – para o caso de longos períodos com tempo nublado (totalmente carregadas, elas podem alimentar o barco por cerca de 72 horas).

(Ambiente Brasil e Portal IG)