domingo, 21 de novembro de 2010

Ministro do Desenvolvimento Agrário vê ameaça em compra de terras por estrangeiros


Segundo Guilherme Cassel, Brasil deve ter pleno controle de seu território para garantir segurança alimentar


De acordo com Cassel, Será preciso aumentar a produção e a produtividade agrícola, por isso está se especulando tanto com terra O ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, disse nesta quinta-feira (18/11) que a compra de terras por grupos estrangeiros no Brasil e em todos os países do Mercosul é uma "ameaça real”. A avaliação foi feita logo após a abertura da 14ª Reunião Especializada sobre Agricultura Familiar no Mercosul (Reaf), em Brasília, DF. " Ter garantias sobre seu território é um assunto de segurança nacional, de soberania. Em segundo lugar, é um tema de segurança alimentar. Não podemos permitir que as terras brasileiras sejam ocupadas sem estarmos preocupados com a segurança alimentar do país", disse Cassel, durante a reunião.

Para o ministro do Desenvolvimento Agrário, há riscos para o país quando uma empresa estrangeira domina um vasto território e "não tem compromisso com a produção de alimentos", com possibilidade de efeitos nocivos para população do campo e da cidade. "Isso pode acarretar aumento nos preços dos alimentos. É isso que a gente não quer", declarou.

Cassel disse que, recentemente, foram adotados mecanismos para controlar o domínio de terras por grupos estrangeiros, mas destacou que é preciso manter atenção sobre essa tendência. "Hoje, temos vários mecanismos de controle, de tamanho de território no município, no estado. E cada país está adequando sua legislação a essa nova realidade", disse.


Demanda e produtividade

Segundo o ministro, essa movimentação na compra de terras tem ligação com a demanda global futura. "Até 2025, o mundo vai precisar produzir 70% mais alimentos para garantir segurança alimentar para todo o planeta. Isso significa que vamos ter que aumentar a produção e a produtividade. Por isso está se especulando tanto com terra. E o Brasil tem muita terra. Por isso é importante termos um controle rigoroso sobre a malha fundiária brasileira, para a gente continuar produzindo cada vez mais e tirar vantagem dessa situação", considerou.

Sobre a revisão dos índices de produtividade, Cassel disse ser "um tema atrasado". "É uma obrigação do governo reajustar os índices de produtividade, já deveríamos ter reajustado. Acho que pode ser feito agora no fim do governo como pode ser feito no início do mandato da presidente [eleita] Dilma [Rousseff]. Só espero que seja feito rapidamente", disse.

Durante a reunião, foram assinados diversos acordos de cooperação do Brasil com outros países. Cassel destacou a criação do fundo de apoio à agricultura familiar no Mercosul, que deve chegar a R$ 100 milhões. "Também vamos tentar criar uma rede na qual, em situações de emergência, um país poderá trabalhar junto a outro para enfrentar problemas de segurança alimentar a partir de compras da agricultura familiar", destacou Cassel
Agencia estado/globo rural

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