segunda-feira, 11 de abril de 2011

Eles chegaram ao topo e prometem mudar o mundo


Anote este nome: Care Electric. A empresa conseguiu a façanha de se tornar a primeira no Brasil a fazer parte do ranking “Technology Pioneers”, elaborado pelo Fórum Econômico Mundial com as startups mais inovadoras do mundo e divulgado no dia 3 de dezembro do ano passado. Com o projeto de um sistema de turbinas que gera energia elétrica a partir do fluxo natural das águas de um rio, a Care conquistou a quarta posição na categoria Energia e Tecnologias Ambientais. “Mandamos uma animação para explicar o funcionamento da turbina ao comitê do Fórum porque ela ainda não é produzida comercialmente, e comprovamos todas as suas funções com um protótipo”, conta o engenheiro mecânico Wilson Pierazoli Filho, 50 anos, um dos três sócios da empresa, que conta com mais dois funcionários e está incubada no Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia (Cietec), desde 2007.

A geração de energia com baixo impacto ambiental fez com que a Care conquistasse um lugar de prestígio, ao lado do Twitter e de mais 24 empresas visionárias. As turbinas, suspensas por uma estrutura de aço, são colocadas em pontos estratégicos do rio e usam o movimento natural da água para gerar energia. A tecnologia permite que cardumes de peixes passem livremente pela estrutura, não interferindo no equilíbrio do rio. Em comparação com uma hidrelétrica tradicional, a instalação do sistema dispensa a construção de barragens, a inundação de terras, a desapropriação da população ribeirinha e o desvio do curso do rio.


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O hidrogênio é nossoOutra vantagem é a rapidez. Fabricadas em aço, as partes da estrutura podem ser produzidas em série, como em uma indústria de automóveis. “Depois de feita a análise do rio, leva de oito a 12 meses para as turbinas já estarem funcionando, enquanto uma grande hidrelétrica demora, em média, entre quatro e cinco anos para ficar pronta”, diz o administrador Frank de Luca, 78 anos, americano naturalizado brasileiro. O custo de operação deve ser menor, já que as turbinas são automatizadas, controladas por sensores e câmeras e supervisionadas via internet.

“O projeto da Care também é uma inovação, porque pode ter um grande impacto social ao levar eletricidade a lugares com pouco ou nenhum acesso, reduzindo a poluição causada pelo uso de óleo diesel para alimentar geradores”, afirma Rodrigo Lara, diretor do Technology Pioneers. Para o cientista austríaco Johann Hoffaman, 61 anos, radicado no Brasil desde 1987 e autor da ideia que já tem patentes no Brasil e na Europa, a questão social é a mais relevante. “Ao fazer a energia chegar às áreas remotas, será possível que as pessoas permaneçam e trabalhem onde vivem, sem precisar ir para cidades maiores. Isso pode gerar um desenvolvimento local.”

Os sócios da Care agora esperam produzir comercialmente a primeira turbina. “Hoje somos detentores da ideia e da patente, mas não somos uma empresa geradora de energia. Vamos permitir o uso da tecnologia e supervisionar a construção, que deverá ser feita por outras empresas”, diz De Luca. Depois da nomeação pelo Fórum, ele garante que a Care já foi procurada por várias empresas brasileiras e europeias interessadas no projeto. “O Brasil pode fazer diferente, temos condições de criar tecnologias que evitem os desastres ambientais causados pelo desenvolvimento em outros países”, afirma Hoffaman.


Fonte: PEGN

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