segunda-feira, 11 de abril de 2011

Brasil tem potencial para exportar US$ 500 bilhões por ano, diz presidente de associação



Vendas para o exterior somaram US$ 152, 2 bilhões em 2009, o que representou uma diminuição de 22, 2% em relação a 2008. Roberto Segatto, presidente da Associação Brasileira de Comércio Exterior (Abracex), diz que falta de uma política de incentivo à indústria é o principal motivo da queda.
O ano passado foi muito ruim para as exportações brasileiras. As vendas para o exterior somaram US$ 152, 2 bilhões em 2009, o que representou uma diminuição de 22, 2% ,em relação a 2008. É a maior queda percentual desde 1952, quando a retração foi de 19,8%. Além disso, segundo da Câmara Americana de Comércio (Amcham), 585 empresas que fizeram negócios com outros países em 2008, não repetiram as operações em 2009.

Em comparação com 2008, as exportações para os Estados Unidos caíram 40% e totalizaram US$ 15 bilhões. Edmundo Ayres, presidente da Amcham, afirma que, apesar de todas as dificuldades ocasionadas pela crise econômica, os outros integrantes do BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China) mantiveram os níveis de exportações para os EUA, o que coloca o Brasil em posição de desvantagem.

Roberto Segatto, presidente da Associação Brasileira de Comércio Exterior (Abracex), diz que a principal causa dos resultados obtidos em 2009 é a falta de uma política de incentivo à indústria. “Em 1965, nós exportávamos US$ 1,6 bilhão. Foi implementado um conselho industrial que reaparelhou todo o setor. Em 1990, o Brasil exportou US$ 31 bilhões. Porém, com o fim do programa, entramos em um período de estagnação. Para que mudanças ocorram, o governo precisa facilitar a entrada de máquinas e equipamentos, pois isto incentivaria a produção de commodities com maior valor agregado. É preciso também diminuir a alta carga tributária. Temos potencial para exporta US$ 500 bilhões ao ano.”

Alimentos e eletrônicos
A exportação brasileira de alimentos industrializados atingiu a marca de US$ 30 bilhões em 2009 e o faturamento cresceu 4%, em comparação com 2008. A expectativa da Associação Brasileira das Indústrias de Alimentos (Abia) é que haja uma pequena melhora em 2010, principalmente se acordos com a Coréia Coreia do Sul e o Chile forem fechados. Para este ano, a associação espera um crescimento de 4%. “O cenário está positivo e vejo boas perspectivas para exportadores de açucaraçúcar, sucos integrais, óleo de soja e produtos lácteos.”, afirma Amílcar Lacerda de Almeida, gerente do Departamento de Economia, Estatística e Comércio Exterior da Abia.

O otimismo não é o mesmo na indústria de eletrônicos. Em 2009, o setor vendeu para o exterior US$ 7,5 bilhões, ante US$ 10 bilhões comercializados em 2008. Em 2010, não deve haver crescimento e a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) espera exportar US$ 7,5 bilhões. “Ao contrário do que gostaríamos, tem sido cada vez mais raro encontrarmos fabricantes brasileiros. Infelizmente, há um movimento de abandono do segmento e por falta de tecnologia, mão de obra capacitada e maquinário perdemos a chance de nos destacar no mercado externo”, afirma Mário Branco, gerente de relações internacionais da Abinee.


Fonte : PEGN

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