sábado, 8 de janeiro de 2011

Estudo revela rotina do trabalhador nos canaviais de SP


O documento irá nortear regulamentação estadual para melhorar as condições de profissionais do setor

Pesquisa aponta que cada trabalhador faz 17 flexões de tronco e dá 54 golpes de facão a cada minuto, tem postura incorreta e perde cerca de oito litros de água por dia Um estudo da Secretaria de Saúde de São Paulo retrata a exaustiva rotina do cortador de cana-de-açúcar nas lavouras do estado, maior produtor mundial. Os dados apontam que cada trabalhador faz 17 flexões de tronco e dá 54 golpes de facão a cada minuto, tem postura incorreta e perde cerca de oito litros de água por dia para cortar, em média, 12 toneladas de cana.

O estudo aponta que não há sombra nos canaviais e que o cortador não se hidrata adequadamente. O trabalhador já leva de casa a água para consumo na lavoura e depois reabastece nos reservatórios dos ônibus, quando possível. Mas, segundo o estudo da Secretaria de Saúde, "esses reservatórios não são refrigerados, apresentam péssimas condições de armazenamento e higiene e a água fornecida não vem de fontes tratadas em 40% dos casos".

O documento, feito com base em inspeções coordenadas pela Vigilância Sanitária Estadual, irá nortear regulamentação estadual, prevista para este ano, para melhorar as condições sanitárias no trabalho dos profissionais do setor.

O estudo aponta ainda que trabalhadores, normalmente, não têm local adequado para realizarem refeições nem para acondicionar a refeição. "Enquanto trabalham, os cortadores carregam consigo suas marmitas e, muitas vezes, o alimento fermenta ou azeda", relata o estudo da Secretaria de Saúde. "Porém, como o trabalho consome muita energia, eles acabam consumindo a comida mesmo que esteja estragada".

"A Vigilância Sanitária está olhando para esse setor e discutindo políticas de saúde. O empregador tem que saber que está sendo vigiado", afirma Maria Cristina Megid, diretora da Vigilância Sanitária Estadual. Desde 2007, a Secretaria de Saúde paulista capacitou 500 profissionais de todo o Estado para fazer a fiscalização do setor. Nesse período, foram inspecionadas 148 usinas e feitas 102 autuações.

fonte:globo rural

Nenhum comentário:

Postar um comentário