quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Estévia avança no Brasil e turbina mercado de adoçantes naturais




Folhas de estévia são usadas na produção de adoçante que não possui calorias, nem contraindicaçõesUm arbusto de cerca de 70 centímetros de altura, originário da fronteira entre o Paraguai e o Brasil, está colocando à prova a força do açúcar de cana nas mesas de todo o mundo. A desafiante é a estévia, cujas folhas servem à produção de adoçante, considerado mais saudável do que o açúcar comum. De acordo com o Stevia World Forum, organização que representa os maiores players do mercado da planta, até 2012 espera-se que haja uma substituição de 40% do consumo de açúcar por estévia no planeta.

“O que é feito com açúcar de cana, ciclamato de sódio, sacarina ou aspartame pode vir a ser trocado por um produto natural como a estévia, que não tem calorias nem contraindicações”, afirma Thales Aburaya, presidente da Steviafarma, empresa pioneira no trabalho com a planta no Brasil. A companhia, criada há 22 anos, chegou a trabalhar com produtos fitoterápicos, mas hoje se concentra no segmento de adoçantes – tanto os de mesa, que levam a marca Stevita, como na forma de cristal, matéria-prima para produtos industrializados, como bebidas dietéticas.

Tradicionalmente, a Steviafarma obtinha estévia por meio da importação, em especial do Paraguai e da Argentina, mas decidiu investir de maneira firme em plantios próprios. O objetivo era diminuir a dependência de fornecedores externos e aproveitar o potencial de crescimento do mercado de adoçantes. Estima-se que a demanda mundial pelo produto possa ser suprida por 350 mil hectares, sendo que 10% desse montante já está plantado na China e o restante ainda está por ser explorado. Ao todo, existem no mundo apenas dez indústrias de extração de estévia, concentradas no Japão e na China.



Variedade nova e equipamentos adaptados

O primeiro passo da Steviafarma para estabelecer seu próprio plantio foi desenvolver uma variedade de qualidade superior às existentes no mercado até então. As folhas de estévia possuem dois princípios ativos importantes: esteviosídeo e rebaudiosídeo. O esteviosídeo adoça 300 vezes mais que o açúcar comum; o rebaudiosídeo, 400 vezes mais. “Podemos dizer que 2,5 gramas de estévia equivalem a um quilo de açúcar”, compara Aburaya.




Como não existia tecnologia para o cultivo de estévia, a Steviafarma adaptou maquinários, como plantadeiras e colheitadeirasAs plantas provenientes do Paraguai – chamadas de crioulas, e até então as mais plantadas – têm em sua composição cerca de 20% de rebaudiosídeo (que proporciona um doce mais puro, mais próximo do açúcar de cana) e 80% de esteviosídeo (que apresenta um sabor mais amargo). Assim, a Steviafarma decidiu promover uma seleção para concentrar o cultivo em uma variedade com maior teor de rebaudiosídeo. “Fizemos pesquisas com materiais provenientes de Argentina, Paraguai, China e Japão, e conseguimos uma folha mais nobre, que há pouco mais de 5 anos passamos a replicar em nosso campo de produção, na cidade de Ângulo, no Paraná”, afirma o presidente da empresa.

Atualmente, a Steviafarma distribui o plantio em 200 hectares. Parte dessa área ainda está sendo semeada, mas 60 hectares já foram colhidos em dezembro passado. A previsão é de que a cada 90 dias seja realizada uma colheita (interrompida apenas pelo inverno), com produtividade estimada entre 3,5 mil e 4 mil quilos por hectare ao ano. “Talvez esta seja a primeira colheita de estévia em larga escala do mundo”, diz Aburaya.

De fato, o plantio de estévia em grandes proporções é novidade. A maioria da produção vem de pequenas propriedades. Uma das explicações é a falta de tecnologia para ampliar o cultivo – por isso, a Steviafarma teve de desenvolver seus próprios equipamentos. “Não havia maquinário para esse tipo de colheita, por isso desenvolvemos plantadeiras e colheitadeiras adaptadas”, conta o executivo.

Para manter essa custosa infraestrutura – que inclui mudas de boa qualidade, toda a área de plantio, caldeira, secador e uma logística robusta –, a Steviafarma fez parceria com uma multinacional norte-americana, cujo nome não é revelado. Na primeira fase de investimentos, a empresa estrangeira injetou US$ 1,5 milhão no projeto. O preço do produto parece compensar: o quilo do cristal de estévia pode variar de R$ 65 a R$ 330 (dependendo da qualidade), enquanto o quilo do açúcar de cana é cotado a cerca de R$ 1,50 no mercado brasileiro.

Parte da produção de estévia que sairá de Ângulo deve ser destinada à fabricação de adoçantes para o mercado interno, mas o parceiro internacional da Steviafarma deve abocanhar a maior parte da colheita.
"""""Hoje é o único adoçante natural que se tem noticia....Marcos(conjunto àquila - Pinhais) voce e seu pai,leiam com carinho esta matéria um abraço.""""""
Fonte : globo rural

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