quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Os segredos de quem ganha milhões com aplicativos


Fazer fortuna com uma grande ideia. Esse sonho já inspirou 125 mil pessoas de 77 países, dos quais 4.800 brasileiros, a se cadastrar na Apple Store para desenvolver aplicativos para iPhone. Sem contar outros milhares que têm feito o mesmo com BlackBerry, Android e Windows Phone. Em dois anos de existência, o universo digital portátil coleciona histórias de sucessos instantâneos. Casos como o do programador americano Steve Demeter, que faturou US$ 2 milhões com um quebra-cabeças em que peças são combinadas com o chacoalhar do aparelho. Ou de Bill Rapos, que conseguiu US$ 1 milhão com a simples brincadeira de embaçar a tela para que o usuário desenhe com os dedos.

Parece fácil? Não é. O jogo de Demeter teve um milhão de downloads e o de Rapos, dois milhões. Um estudo da consultoria americana Appolicious revela que apenas 10% dos títulos lançados na Apple Store alcançam mais de 100 mil acessos. A maioria, 79% dos programas, tem menos de 10 mil. Metade dos aplicativos disponíveis custa US$ 0,99 para o consumidor. Só que o criador do software fica com apenas 60% desse valor, após descontar a parte da loja e impostos. Portanto, um aplicativo com 10 mil downloads a US$ 0,99 rende para o empreendedor cerca de US$ 6 mil, um retorno bem distante da idealização milionária. E, pior ainda, como pela pesquisa da Appolicious, o custo médio de desenvolvimento de um aplicativo é de US$ 6.500, haveria prejuízo no caso.



Alvo | Renato Pereira, da Maya Labs, pretende faturar R$ 3,5 milhões em 2010 com projetos em parceria com agências de publicidade
Para ter sucesso nesse mercado, é preciso desenhar uma estratégia alternativa. O modelo de venda direta aos usuários, além de ser pouco rentável para a maioria, começa a mostrar sinais de saturação com a crescente concorrência. Hoje, um aplicativo precisa permanecer várias semanas entre os top ten para ser um best-seller e, quando faz sucesso, logo ganha cópias.

No Brasil há, sim, várias empresas faturando milhões com a onda móvel. Nesta reportagem, mostramos como atuam dez das mais bem-sucedidas. Nenhuma depende apenas de aplicativos vendidos diretamente ao usuário final. “O segmento mais promissor é o de customização de aplicativos para empresas”, afirma Luiz Santucci Filho, 57 anos, presidente da associação Mobile Marketing na América Latina (MMA-Latam).

O mercado nacional de soluções móveis corporativas dobra de tamanho a cada ano. “As lojas on-line funcionam mais como vitrine. O dinheiro está mesmo nos projetos patrocinados”, afirma Ricardo Longo, 33 anos, presidente da Fingertips, que tem em seu portfólio clientes como Itaú, Bradesco Seguros, CVC e o grupo Ticket. Para a Fingertips, games como um jogo da velha para iPhone foram o cartão de visita para conquistar contas de grandes empresas.


Matéria: PEGN

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