sábado, 9 de julho de 2011

Plano Nacional de Banda Larga é oportunidade para pequenos provedores


O Plano Nacional de Banda Larga (PNBL), lançado no ano passado pelo governo federal com objetivo de universalizar a internet de conexão rápida no país a baixos custos, é uma oportunidade aos pequenos provedores de conseguir bons contratos, oferecer bons preços e, assim, se fortalecer em um mercado tão acirrado.

Hoje, segundo dados levantados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), existem mais de 1.600 provedores de internet habilitados no Brasil. Desse total, no entanto, só cinco empresas detêm mais de 90% do mercado: Oi (36%), Net (25%), Telefonica (24%), GVT (6%) e CTBC (2%). Todas as demais são majoritariamente empresas de porte pequeno e presentes em mercados locais, em muitos casos cidades menores e afastadas dos grandes centros urbanos onde a rede das companhias maiores não chega, ou o acesso é limitado.

É o caso da goiana Sadnet. A empresa, que possui cerca de 1000 assinantes na pequena cidade de Santo Antônio do Descoberto, a 50 quilômetros de Brasília, assinou ontem o que se tornou o primeiro contrato da Telebrás nos moldes do PNBL. A estatal das telecomunicações havia ficado no ostracismo desde o final dos anos 90, após a privatização do setor, e foi reativada pelo governo no ano passado para capitanear o PNBL.

“O contrato com a Telebrás nos permitirá atender mil novos clientes, e pela metade do valor que estávamos pagando antes”, diz Bruno Santana, um dos sócios da empresa. Isso representa dobrar a base que eles atendem hoje e chegar muito próximo de sua concorrente na cidade, a Oi. A operadora conecta 2,5 mil usuários de Santo Antônio à internet.

Segundo Santana, o preço que pagarão à Telebrás pela conexão foi fechado em R$ 230 por megabyte, e, com o novo contrato, irão abandonar o fornecedor anterior, a Embratel, para quem pagavam mais de R$ 500. Os novos planos têm um prazo de 30 dias para entrar em vigor e oferecerão a conexão de 1 mega por R$ 35, conforme as exigências do PNBL. Hoje, o plano de 1 mega da Sadnet é vendido a R$ 99,90. O mais barata que possuem, R$ 29,90, oferece 100 kbps (10 vezes mais lento).

“Nunca foi dito que o PNBL tem que privilegiar pequenos provedores, mas isso deverá acontecer de uma forma natural”, diz o diretor da consultoria Teleco, Eduardo Tude. “Os pequenos já são empresas que se desenvolvem geralmente onde as grandes operadoras não estão, e são estes lugares que a Telebrás mira.”

A grande dificuldade dos provedores menores, segundo Tude, é que eles precisam comprar um link de banda larga de uma operadora – como a Embratel ou a Telefonica – e revender para o seus clientes. “A Telebrás passa a ser uma das alternativas. E, com o preço mais barato, deve levar a uma redução dos valores no mercado”, diz.

O objetivo do PNBL, lançado em maio do ano passado, é levar banda larga a todo o país, e a preços baixos – hoje, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNUD), do IBGE, 27% dos domicílios possuem conexão à internet, sendo que apenas 7% é em banda larga. Mas o programa está ligeiramente atrasado: a meta inicial era chegar aos 100 primeiros municípios ainda em 2010. Santo Antônio do Descoberto, ontem, foi o primeiro.

Fonte: PEGN

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