quarta-feira, 2 de março de 2011

Chiado em crianças: investigar o motivo é fundamental


“Seu filho é um asmático.” Não é nada fácil para os pais ouvir isso de um médico. Por outro lado, o diagnóstico precoce da alergia traz um benefício enorme para a saúde das crianças, agora e no futuro. Sabe aquele chiadinho que insiste em aparecer? Preste atenção: ele pode indicar que seu filho precisa tratamento diferenciado.

O Estudo Internacional de Sibilância em Lactentes, realizado entre países da América Latina e Europa, surgiu com o objetivo de conhecer a prevalência do chiado (sibilância) recorrente em crianças entre 12 e 15 meses de idade. Segundo Nelson Rosário Filho, diretor científico da Sociedade Brasileira de Alergia e Imunopatologia e um dos pesquisadores do estudo no Brasil, a asma começa antes dos 3 anos. Um dos resultados obtidos na primeira fase da pesquisa é a de que cerca de 50% das crianças já teve um episódio de chiado no primeiro ano de vida.

Também chamou a atenção dos pesquisadores a observação das mães. Em 80% dos casos, quando elas iam ao pediatra e diziam que a criança estava chiando, o diagnóstico era confirmado pelo médico.

“A sibilância que se repete mais de três vezes com ou sem resfriado, entre 12 e 15 meses de idade, já é um indicativo de que a criança tem asma”, diz Nelson Rosário. Mas há uma relutância por parte dos profissionais em afirmar o diagnóstico para os pais, ressalta Rosário, por conta da dificuldade que algumas famílias têm de aceitar a doença.


Prevenção

O que não adianta, aliás, é só tratar a crise, porque ela pode voltar. O tratamento preventivo é fundamental para evitar problemas futuros e, principalmente, para que o pulmão da criança cresça adequadamente, o que pode ficar prejudicado se nenhuma medida for tomada ainda cedo. Sem medo. “Os medicamentos controladores de asma podem ser usados em qualquer idade”, afirma Nelson.

Antes, porém, de comprovar se o seu filho é asmático ou não, o especialista vai precisar fazer um rastreamento para descartar outras doenças que podem provocar o chiado por repetição, como infecções virais, refluxo gastroensofágico, fibrose cística.

E não tem jeito. A genética é um dos principais fatores para a alergia, ainda mais se a mãe tem algum tipo. E as condições ambientais são o que faz com que o sistema imunológico reaja. “Antes, o sistema imunológico brigava com bactérias, microorganismos. Com a urbanização e as vacinas, não se vê mais doenças como um tempo atrás, mas o organismo passou a reagir contra coisas que a gente se expõe”, diz Rosário. A poluição, por exemplo. Esses fatores de risco para o chiado, aliás, farão parte da próxima etapa do Estudo Internacional de Sibilância em Lactentes.

fonte : Revista Crescer

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