
Fazer fortuna com uma grande ideia. Esse sonho já inspirou 125 mil pessoas de 77 países, dos quais 4.800 brasileiros, a se cadastrar na Apple Store para desenvolver aplicativos para iPhone. Sem contar outros milhares que têm feito o mesmo com BlackBerry, Android e Windows Phone. Em dois anos de existência, o universo digital portátil coleciona histórias de sucessos instantâneos. Casos como o do programador americano Steve Demeter, que faturou US$ 2 milhões com um quebra-cabeças em que peças são combinadas com o chacoalhar do aparelho. Ou de Bill Rapos, que conseguiu US$ 1 milhão com a simples brincadeira de embaçar a tela para que o usuário desenhe com os dedos.
Parece fácil? Não é. O jogo de Demeter teve um milhão de downloads e o de Rapos, dois milhões. Um estudo da consultoria americana Appolicious revela que apenas 10% dos títulos lançados na Apple Store alcançam mais de 100 mil acessos. A maioria, 79% dos programas, tem menos de 10 mil. Metade dos aplicativos disponíveis custa US$ 0,99 para o consumidor. Só que o criador do software fica com apenas 60% desse valor, após descontar a parte da loja e impostos. Portanto, um aplicativo com 10 mil downloads a US$ 0,99 rende para o empreendedor cerca de US$ 6 mil, um retorno bem distante da idealização milionária. E, pior ainda, como pela pesquisa da Appolicious, o custo médio de desenvolvimento de um aplicativo é de US$ 6.500, haveria prejuízo no caso.
Alvo | Renato Pereira, da Maya Labs, pretende faturar R$ 3,5 milhões em 2010 com projetos em parceria com agências de publicidade
Para ter sucesso nesse mercado, é preciso desenhar uma estratégia alternativa. O modelo de venda direta aos usuários, além de ser pouco rentável para a maioria, começa a mostrar sinais de saturação com a crescente concorrência. Hoje, um aplicativo precisa permanecer várias semanas entre os top ten para ser um best-seller e, quando faz sucesso, logo ganha cópias.
No Brasil há, sim, várias empresas faturando milhões com a onda móvel. Nesta reportagem, mostramos como atuam dez das mais bem-sucedidas. Nenhuma depende apenas de aplicativos vendidos diretamente ao usuário final. “O segmento mais promissor é o de customização de aplicativos para empresas”, afirma Luiz Santucci Filho, 57 anos, presidente da associação Mobile Marketing na América Latina (MMA-Latam).
O mercado nacional de soluções móveis corporativas dobra de tamanho a cada ano. “As lojas on-line funcionam mais como vitrine. O dinheiro está mesmo nos projetos patrocinados”, afirma Ricardo Longo, 33 anos, presidente da Fingertips, que tem em seu portfólio clientes como Itaú, Bradesco Seguros, CVC e o grupo Ticket. Para a Fingertips, games como um jogo da velha para iPhone foram o cartão de visita para conquistar contas de grandes empresas.
Matéria: PEGN
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