sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

A difícil realidade das doenças reumáticas



Muitas vezes, o diagnóstico de uma doença reumática cai como uma verdadeira bomba para o paciente. "Saber-se portador de uma doença reumática ou autoimune pode trazer consigo uma sensação de fragilidade e desamparo", afirma o reumatologista Sergio Bontempi Lanzotti.

É compreensível que o ser humano se sinta inconformado com as limitações impostas pelas doenças crônicas. Isso ocorre não apenas com as doenças reumáticas, mas também com o diabetes, obesidade mórbida e hipertensão arterial, entre outras.

O especialista reconhece que há um estágio inicial, após o diagnóstico, em que as pessoas até tentam seguir as orientações médicas, mas com o passar do tempo, o ânimo inicial cede lugar para o desestímulo.

A dieta tão importante para o tratamento eficaz, já não é seguida à risca, o uso comedido do álcool sucumbe ao abuso. As práticas de atividade física e a suspensão do tabagismo parecem muito difíceis de serem programadas. "Ocorre uma rebeldia ou uma total negligência às recomendações médicas, que são facilitadores do tratamento", resume o médico.

Após o diagnóstico desse tipo de doença, por mais que se sofra, é preciso ser realista. A vida não poderá mais ser como antes, para uma boa parte dos seus portadores.

Para o médico, no entanto, ela pode até ser melhor do que antes, se o paciente tiver maturidade e estiver engajado no próprio tratamento. Nesse momento, é muito importante que possa contar com um reumatologista a fim de receber esclarecimento sobre a doença e seus cuidados, de forma que entenda a necessidade em aderir ao tratamento de maneira efetiva.

A praga do sedentarismo

Conciliar uma rotina saudável nos tempos modernos não é tarefa para qualquer pessoa. Após um dia de trabalho árduo, tudo o que quer é chegar em casa e descansar. No entanto, se o descanso é importante para combater o estresse diário, manter uma atividade física também é.

Ainda mais quando se recebe o diagnóstico de uma doença reumática, como artrite, artrose, fibromialgia, lombalgia crônica, entre outras. O sedentarismo é um comportamento induzido por hábitos decorrentes dos confortos da vida moderna.

Com a evolução da tecnologia e a tendência cada vez maior de substituição das atividades físicas por facilidades automatizadas, o ser humano adota cada vez mais a lei do menor esforço, reduzindo assim o consumo energético do corpo.

"O exercício físico é uma peça chave no tratamento dos pacientes reumáticos, pois o sedentarismo agrava o quadro das doenças reumáticas", observa Sérgio Lanzotti.

A prática de atividades físicas - além de proporcionar prazer e relaxamento - contribui para o emagrecimento, reduz a dor e a rigidez nas articulações e aumenta a flexibilidade, força muscular, saúde do coração e a resistência.

Atividade física

Um dos grandes benefícios da atividade física é o estímulo à produção de endorfinas, aumentando a sensação de bem-estar. As endorfinas também funcionam como analgésico, proporcionando alívio da dor no organismo.

"A produção de endorfinas é fator muito importante para os pacientes reumáticos, que apresentam propensão a desenvolver quadros de depressão e ansiedade", explica o reumatologista.

Os exercícios físicos mais recomendados para os pacientes reumáticos são do tipo aeróbico ou dinâmico, como caminhar, correr, nadar e andar de bicicleta. No entanto, a prática de exercícios físicos deve ser supervisionada e não deve ser iniciada antes da avaliação do médico que acompanha o paciente.

O reumatologista poderá indicar a necessidade da prática de atividade física por doentes com acometimento articular de membros ou coluna vertebral. Mesmo seguindo dietas bem planejadas, utilizando medicamentos de última geração e encontrando pacientes motivados, muitas vezes, a obesidade crônica passa consegue minar a resistência e a confiança dos pacientes.

De acordo com os dados do último Censo, o Brasil, seguido de outros países emergentes, vem liderando o ritmo de crescimento dos índices de sobrepeso e obesidade. Por aqui, cerca de 50% dos adultos e 30% das crianças e adolescentes encontram-se acima do peso normal.

A importância da vitamina D
Apesar de viver em um ensolarado país tropical, os brasileiros apresentam níveis muito baixos de vitamina D no organismo. "Este é outro fator de risco para doenças reumáticas relacionado ao estilo de vida moderno", observa Lanzotti.

A prática de atividades físicas passou a ser em locais cobertos. O lazer também acontece dentro de recintos fechados, como o shopping. "Assim, fica difícil garantir a exposição solar diária recomendada", alerta o reumatologista.

O medo das doenças de pele, especialmente do câncer, também tem impacto sobre o hábito tão atual de se evitar o sol. "A falta de vitamina D no organismo é uma consequência direta dessa baixíssima exposição à luz solar. Sem ela, o micronutriente não é sintetizado pelo organismo", explica o especialista.

Nossa dieta é relativamente pobre em vitamina D e dependemos muito da luz solar para garantir estoques adequados desta vitamina no organismo. Daí a importância da suplementação para as pessoas na terceira idade.

A ação mais conhecidas da vitamina D ocorre no sentido de promover a mineralização óssea. Somente através dela é que conseguimos absorver o cálcio dos alimentos que ingerimos e o depositamos eficientemente nos ossos. Esse efeito garante o crescimento das crianças e dos adolescentes e ossos fortes e ricos em cálcio em todas as idades.

Fonte: Paraná online

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